Symplocaceae

Symplocos revoluta Casar.

LC

EOO:

639.762,573 Km2

AOO:

200,00 Km2

Endêmica do Brasil:

Sim

Detalhes:

Espécie endêmica do Brasil (Romão et al., 2018), com ocorrência nos estados: GOIÁS, município de Rio Verde (Irwin et al. 128), Planaltina (Hunt 6707), Alto Paraíso de Goiás (Soares-Silva et al. 1294); MINAS GERAIS, município de Poços de Caldas (Gabrielli 336), Caldas (Henschen s.n; US1384328 ), Camanducaia (Torres 1245), Carandaí (Mota e Stehmann 380), Caeté (Costa s.n.; ), Lagoa Santa (Warming 46), Lavras (Almeida s.n.; ESA 12834), Luminárias (Rodrigues e Almeida 215), Catas Altas (Ordones 888), Lima Duarte (Ferreira 443), Santa Rita de Caldas (Lores s.n.; ESA 22149), Carrancas (Oliveira-Filho et a. s.n.; ESA 16222), Extrema (Yamamoto 1603), Ouro Preto (Rezende 3062), Pouso Alegre (Regnell II56); SÃO PAULO, município de Assis (Savassini-Coutinho 868), Campos do Jordão (Occhioni 8240), Cotia (Bernacci et al. 2983), São Paulo (Handro 30675), Jundiaí (Lombardi 6697), Bananal (Ivanauskas et al. 6348), Pedra Bela (Tamashiro 973), Guarulhos (Gandolfi et al. sn; UES 90253), Mogi das Cruzes (Rossi et al 3011), Santo Antônio do Pinhal (Tamashiro et al. 26775); PARANÁ, município de Londrina (Chagas e Silva 1714), Jaguariaíva (Barbosa et al. 1708); e no DISTRITO FEDERAL, município de Brasília (Nobrega 1936), Taguatinga (Heringer 16746); RIO DE JANEIRO, município de Nova Friburgo (Claussen 89). Segundo a Flora do Brasil 2020 a espécie não ocorre no estado do Paraná, mas ocorreria no Rio de Janeiro. Porém, segundo Aranha-filho (2011), provavelmente um erro de transcrição de etiqueta, considera a ocorrência da espécie em Nova Friburgo.

Avaliação de risco:

Ano de avaliação: 2018
Avaliador: Eduardo Fernandez
Revisor: Eduardo Amorim
Categoria: LC
Justificativa:

Árvore de até 25 m, endêmica do Brasil (Romão et al., 2018). Popularmente conhecida por caapoã ou peroba d'água, foi coletada em Cerrado (lato sensu), Floresta Ciliar e/ou de Galeria e Floresta Estacional Semidecidual associadas ao Cerrado e a Mata Atlântica nos estados de Goiás, Minas Gerais, São Paulo, Paraná, Rio de Janeiro e no Distrito Federal. Apresenta distribuição muito ampla, EOO=549055 km², constante presença em herbários, ocorrência em múltiplas fitofisionomias associadas a dois distintos Domínios Fitogeográficos e ocorrência confirmada dentro dos limites de Unidades de Conservação de proteção integral. Adicionalmente, foi considerada espécie dominante e frequente em muitas áreas de ocorrência (Imaña-Encinas et al., 1995), além de não existem dados sobre tendências populacionais que atestem para potenciais reduções no número de indivíduos e não serem descritos usos potenciais ou efetivos que comprometam sua perpetuação na natureza. Assim, foi considerada como Menor Preocupação (LC) neste momento, demandando ações de pesquisa (distribuição, tendências e números populacionais) a fim de se garantir sua perpetuação na natureza no futuro.

Último avistamento: 2015
Possivelmente extinta? Não
Severamente fragmentada? Não

Perfil da espécie:

Obra princeps:

Descrita em: Nov. Stirp. Bras. Dec. 31. Popularmente conhecida por caapoã ou peroba d'água no estado de São Paulo (Romão et al, 2018).

Valor econômico:

Potencial valor econômico: Desconhecido
Detalhes: Não é conhecido o valor econômico da espécie.

População:

Detalhes: Considerada árvore dominante em Brasília (DF) (Heringer 5172), e muito frequente no interior da mata em Lima Duarte (MG) (Ferreira et al.189). Em estudo fitossociológico dos indivíduos jovens de uma mata ciliar do Córrego Capaozinho (DF), foram amostrados em 1 ha o total de 5 indivíduos da espécie, sendo 2 com até 0,5 m de altura (classe A), 2 com altura entre 0,5-1 m (classe B) e 1 com altura entre 1-2 m (classe C). Nesse estudo não foram coletados indivíduos com altura maior que 2m e diametro menor que 5 cm (classe D) (Imaña-Encinas et al., 1995).
Referências:
  1. Imaña-Encinas, J., Paula, J.E. de, Pereira, B.A. da S., 1995. Fitossociologia dos indivíduos jovens da mata ciliar do Córrego Capaõzinho. Rev. Árvore 19, 157–170.

Ecologia:

Substrato: terrestrial
Forma de vida: tree
Biomas: Cerrado, Mata Atlântica
Vegetação: Cerrado (lato sensu), Floresta Ciliar e/ou de Galeria, Floresta Estacional Semidecidual
Fitofisionomia: Savana Florestada, Savana Gramíneo-Lenhosa, Floresta Estacional Semidecidual
Habitats: 1.5 Subtropical/Tropical Dry Forest, 1.8 Subtropical/Tropical Swamp Forest, 2.2 Moist Savana
Detalhes: Árvores até 25 m de altura (Gabrielli 336), ocorrendo nos domínios do Cerrado e Mata Atlântica (Romão et al., 2018). A espécie pode ocorrer em floresta estacional semidecidual, cerrado, cerradão e raramente em áreas de transição entre florestas mais secas e florestas úmidas (Aranha Filho, 2011).
Referências:
  1. Romão, G.O.; Cabral, A.; Santos, F.B.D.; Aranha Filho, J.L.M. Symplocaceae in Flora do Brasil 2020 em construção. Jardim Botânico do Rio de Janeiro.Disponível em: <http://floradobrasil.jbrj.gov.br/reflora/floradobrasil/FB115421>. Acesso em: 22 Nov. 2018
  2. Aranha-Filho, J.L., 2011. Revisão taxonômica das espécies Sul-Americanas de Symplocos Jacq. seção Hopea (L.) A.DC. (Symplocaceae). Universidade Estadual de Campinas.

Ameaças (5):

Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.1 Ecosystem conversion 5.3 Logging & wood harvesting habitat past,present,future national very high
O Cerrado contém extensas áreas em condições favoráveis à agricultura intensiva e à pecuária extensiva (Tavares et al., 2010), sendo cerca de 40% da área convertida para estes usos (Rachid et al., 2013). A expansão agrícola no Cerrado vem sendo estimulada por diversos incentivos governamentais, tais como os programas de biocombustíveis e desenvolvimento do Cerrado, ou de assistência técnica (Bojanic, 2017; Fearnside, 2001; Gauder et al., 2011; Koizumi, 2014; Moreddu et al., 2017; Pereira et al., 2012; Rachid et al., 2013; Ratter et al., 1997), a fim de suprir a crescente demanda do mercado internacional (Gauder et al., 2011; Pereira et al., 2012). Essa região é responsável pela produção de cerca de 49% dos grãos no Brasil (Rachid et al., 2013), em particular a soja, o milho e o algodão (Bojanic, 2017; Castro et al., 2010; Ratter et al., 1997). O Cerrado brasileiro sofreu perdas particularmente pesadas para o avanço da soja (Fearnside, 2001), tendo cerca de 10,5% de sua área ocupada por culturas agrícolas (Sano et al., 2008). Além de ser considerado o celeiro brasileiro devido à produção de grão (Pereira et al., 2012), extensas áreas de Cerrado têm sido ocupadas pela cana-de-açúcar (Castro et al., 2010; Koizumi, 2014; Loarie et al., 2011; Rachid et al., 2013), sendo o Brasil o mais importante produtor de açúcar do mundo (Galdos et al., 2009; Gauder et al., 2011; Pereira et al., 2012). Recentemente, a expansão da produção de cana-de-açúcar no Cerrado tem sido motivada por programas governamentais destinados a promover o setor sucroalcooleiro, especialmente para a produção de agroenergia e bioetanol devido a importância econômica que assumiram no mercado internacional (Gauder et al., 2011; Koizumi, 2014; Loarie et al., 2011; Pereira et al., 2012; Rachid et al., 2013). O Brasil é o segundo maior produtor de etanol do mundo (Mielnik et al., 2017). Segundo Rachid et al., (2013), as áreas cultivadas nos estados de Goiás e Mato Grosso do Sul cresceram mais de 300% nos últimos 5 anos. Essa expansão ocorre principalmente por meio da substituição de áreas agrícolas estabelecidas (pastagem e campos de soja e milho) por cana-de-açúcar, forçando a expansão dessas atividades sobre novas áreas de floresta ou Cerrado (Castro et al., 2010; Koizumi, 2014; Loarie et al., 2011; Rachid et al., 2013). Ainda, a produção de cana-de-açúcar por muitos anos esteve associada às queimadas dos canaviais realizadas pré-colheita, causando impactos ambientais sobre diferentes componentes do ecossistema (Galdos et al., 2009; Rachid et al., 2013). Dados publicados recentemente (Fundação SOS Mata Atlântica e INPE, 2018) apontam para uma redução maior que 85% da área originalmente coberta com Mata Atlântica e ecossistemas associados no Brasil. De acordo com o relatório, cerca de 12,4% de vegetação original ainda resistem. Embora a taxa de desmatamento tenha diminuído nos últimos anos, ainda está em andamento, e a qualidade e extensão de áreas florestais encontram-se em declínio contínuo há pelo menos 30 anos (Fundação SOS Mata Atlântica e INPE, 2018).
Referências:
  1. Bojanic, A., 2017. The rapid agricultural development of Brazil in the last 20 years. EuroChoices 16, 5–10.
  2. Mielnik, O., Serigati, F., Giner, C., 2017. What prospects for the Brazilian ethanol sector? EuroChoices 16, 37–42.
  3. Moreddu, C., Contini, E., Ávila, F., 2017. Challenges for the Brazilian agricultural innovation system. EuroChoices 16, 26–31.
  4. Koizumi, T., 2014. Biofuels and Food Security in Brazil, in: Koizumi, T. (Ed.), Biofuels and Food Security. Springer, Heidelberg New York Dordrecht London, p.13-29.
  5. Rachid, C.T.C.C., Santos, A.L., Piccolo, M.C., Balieiro, F.C., Coutinho, H.L.C., Peixoto, R.S., Tiedje, J.M., Rosado, A.S., 2013. Effect of sugarcane burning or green harvest methods on the Brazilian Cerrado soil bacterial community structure. PLoS One 8, e59342.
  6. Pereira, P.A.A., Martha-Jr., G.B., Santana, C.A.M., Alves, E., 2012. The development of Brazilian agriculture: future technological challenges and opportunitiesfuture challenges. Agric. Food Secur. 1, 1–12.
  7. Gauder, M., Graeff-Hönninger, S., Claupein, W., 2011. The impact of a growing bioethanol industry on food production in Brazil. Appl. Energy 88, 672–679.
  8. Loarie, S.R., Lobell, D.B., Asner, G.P., Mu, Q., Field, C.B., 2011. Direct impacts on local climate of sugar-cane expansion in Brazil. Nat. Clim. Chang. 1, 105–109.
  9. Castro, S.S., Abdala, K., Silva, A.A., Bôrges, V.M.S., 2010. A expansão da cana-de-açúcar no Cerrado e no estado de Goiás: elementos para uma análise espacial do processo. Bol. Goiano Geogr. 30, 171–191.
  10. Galdos, M.V., Cerri, C.C., Cerri, C.E.P., 2009. Soil carbon stocks under burned and unburned sugarcane in Brazil. Geoderma 153, 347–352.
  11. Sano, E.E., Rosa, R., Brito, J.L.S., Ferreira, L.G., 2008. Mapeamento semidetalhado do uso da terra do Bioma Cerrado. Pesqui. Agropecuária Bras. 43, 153–156.
  12. Fearnside, P.M., 2001. Soybean cultivation as a threat to the environment in Brazil. Environ. Conserv. 28, 23–38.
  13. Ratter, J.A., Ribeiro, J.F., Bridgewater, S., 1997. The Brazilian Cerrado vegetation and threats to its biodiversity. Ann. Bot. 80, 223–230.
  14. Tavares, O.C.H., Lima, E., Zonta, E., 2010. Crescimento e produtividade da cana planta cultivada em diferentes sistemas de preparo do solo e de colheita. Acta Sci. - Agron. 32, 61–68.
  15. Fundação SOS Mata Atlântica e INPE, 2018. Atlas dos remanescentes florestais da Mata Atlântica. Período 2016-2017. Relatório Técnico, São Paulo, 63p.
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.1 Ecosystem conversion 2.3 Livestock farming & ranching habitat,locality,occurrence past,present,future regional very high
Diversas terras no entorno do Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros são utilizada para a formação de pastagens; a pecuária também é preocupante para a conservação do Cerrado, sendo uma atividade muito comum no estado de Goiás (Barbosa, 2008). O município de RioVerde (GO) com 837964 ha tem 17,7% de seu território (148695 ha) transformado em pastagens (Lapig, 2018)
Referências:
  1. Barbosa, A.G., 2008. As estratégias de conservação da biodiversidade na Chapada dos Veadeiros: conflitos e oportunidades. Brasília, DF: Universidade de Brasília.
  2. Lapig, 2018. http://maps.Lapig.iesa.ufg.br/Lapig.html (acesso em 06 de dezembro, 2018).
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.1 Ecosystem conversion 2.2 Wood & pulp plantations locality,habitat,occurrence,occupancy past,present,future regional low
O município de Caeté com 54257 ha tem 9,9% de seu território (5404 ha) transformados em Floresta Plantada (Lapig, 2018). Na serra do Caraça, a silvicultura de eucalipto é marcante na paisagem, ocupando cada vez mais espaço (Machado, 2008). O município de Jaguariaíva (PR) com 145306 ha tem 25% de seu território (36441 ha) convertidos em floresta plantadas (Lapig, 2018). Segundo a observação direta na ferramenta Google Earth Pro Version 7.3.2., 2018, nota- se que as àreas de silvicultura são proximas a fábricas de móveis e de papel.
Referências:
  1. Lapig, 2018. http://maps.lapig.iesa.ufg.br/lapig.html (acesso em 23 de novembro 2018).
  2. Machado, A.C.A.R., 2008. Ecoturismo na Serra do Caraça: contribuições da interpretação para a conservação ambiental. Belo Horizonte, MG: Universidade Federal de Minas Gerais.
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.2 Ecosystem degradation 1 Residential & commercial development locality,habitat,occurrence,occupancy past,present,future regional very high
São Paulo, maior cidade do Brasil desde a década de 60, é hoje o mais poderoso pólo de atividades terciárias do país e sua população se aproxima da cifra dos 11 milhões de habitantes, distribuídos pelos 1.509 km2 de seu município, que se divide em 31 subprefeituras e estas, em 96 distritos. São Paulo também é o centro da região metropolitana de mesmo nome, que, com seus 19 milhões de habitantes, ocupa a 4ª posição no ranking das maiores aglomerações urbanas do mundo. São 39 municípios, incluindo o da capital, 8.051km2 e uma mancha urbana contínua que, no sentido leste-oeste, apresenta cerca de 100 km de extensão (Prefeitura de São Paulo, 2018).
Referências:
  1. Prefeitura de São Paulo, 2018. Histórico demografico. http://smul.prefeitura.sp.gov.br/historico_demografico/introducao.php. (Acesso em: 9 de Julho 2018).
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.1 Ecosystem conversion 2 Agriculture & aquaculture locality,habitat,occupancy,occurrence past,present,future regional high
O município de Londrina com 165257 ha tem 54,4% de seu território (90025 ha) tranformado em produção de cana-de-açúcar, milho e soja (Lapig, 2018).
Referências:
  1. Lapig, 2018. http://maps.Lapig.iesa.ufg.br/Lapig.html (acesso em 06 de dezembro 2018).

Ações de conservação (2):

Ação Situação
1.1 Site/area protection on going
A espécie foi registrada na ARIE DO CERRADÃO (PI), RESERVA ECOLÓGICA IBGE (PI), PARQUE ECOLÓGICO QUEDAS DO RIO BONITO (US), RESERVA DO PATRIMONIO PARTICULAR NATURAL SANTUÁRIO DO CARAÇA (PI), ESTAÇÃO ECOLÓGICA DE ASSIS (PI), ESTAÇÃO ECOLÓGICA DO BANANAL (PI), PARQUE DO ESTADO DE SÃO PAULO/JB (PI), ESTAÇÃO ECOLÓGICA DE ITAPETI (PI).
Ação Situação
5.1.2 National level needed
A espécie ocorre no território de abrangência do Plano de Ação Nacional para a conservação da flora ameaçada de extinção da Bacia do Alto Tocantins (em elaboração).

Ações de conservação (1):

Uso Proveniência Recurso
Não existem dados sobre usos efetivos ou potenciais.